Nova sede do Grupo de Meditação da SRF da Vila Madalena

É com satisfação que informamos a devotos e amigos da SRF que o Grupo de Meditação Vila Madalena estará de casa nova a partir de 1º de outubro de 2017 (domingo). Mesma data da Cerimônia de Flores pelo nascimento do Mestre Lahiri Mahasaya, com serviço de meditação iniciando às 10h.

A nova sede fica no mesmo bairro, em lugar aprazível e silencioso, muito mais apropriado aos nossos serviços. As excelentes acomodações com certeza proporcionarão mais qualidade para meditarmos.

Novo endereço: Madre Maria Angélica Rezende, 31
Vila Madalena.

Jai Guru!

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Awake – A Vida de Yogananda – Entrevista com as diretoras

O filme “Awake – A Vida de Yogananda” chega ao Brasil depois de grande sucesso nos Estados Unidos, onde obteve vários prêmios. O documentário narra a trajetória deste importante mestre iogue indiano que veio ao Ocidente com a missão de difundir a ciência da meditação iogue.

Para assegurar a originalidade de seus ensinamentos, Yogananda fundou, em 1920, a Self-Realization Fellowship, que conta com monges que até hoje divulgam e dão suporte à sua obra por meio de livros e lições – que podem ser solicitadas por correspondência para o exercício da meditação em casa. Veja aqui o depoimento das diretoras do filme, onde contam a trajetória dessa grande experiência que foi fazer o documentário da vida de um dos maiores mestres espirituais contemporâneos.

 

 

DEPOIMENTOS DAS DIRETORAS

Paola di Florio: “Vocês deveriam saber que eu tenho um problema com a palavra Deus”, foi uma das primeiras coisas que saiu da minha boca em uma visita inicial à organização de Yogananda, Self-Realization Fellowship. Eu estava sentada com o meu marido/produtor Peter Rader e com a co-diretora, Lisa Leeman, me dirigindo para uma equipe que incluía monges experientes, que devotaram mais de quatro décadas no ashram, renunciando a desejos mundanos na busca pelo Divino, e eles não ficaram nem um pouco incomodados. Mais do que um mero alívio, eu fiquei intrigada. Mais tarde, descobri que os ensinamentos de Yogananda não tem como premissa uma fé, ou mesmo uma crença em Deus. A Yoga é considerada uma ciência na Índia. “Deus” não tem fronteiras, é pura consciência –“Satchitananda”, o que o indivíduo experiência na meditação. Não está fora, mas sim dentro e ao redor de todos nós. Basta estar aberto e ser disciplinado o suficiente para se engajar na prática, usando o próprio corpo como um laboratório vivo. Eu fiquei fascinada com essa abordagem. Eu não só estava curiosa para pesquisar isso em mim mesma, mas vi quão brilhante e oportuno pode ser um caminho ecumênico para a transcendência, em um mundo onde estamos matando uns aos outros por conta de crenças dogmáticas. Um filme como oAWAKE, de repente, me pareceu urgente. Eu fiquei interessada em encontrar significado, numa organização em que a ciência e a espiritualidade convergem.

Eu sou testemunha dos efeitos transformadores deste caminho pela prática da hatha-yoga, que eu comecei a praticar quando tinha 20 anos. Realizando as asanas, eu percebi meu sistema nervoso “reiniciando” e o meu coração se abrindo, o que naturalmente me incentivou a querer ir mais profundo, aprender a meditar. Inicialmente, eu comecei com uma prática budista chamada Vipassana, mas enquanto estava trabalhando no AWAKE, eu me comprometi a meditar diariamente. Inicialmente isso fazia parte da minha “pesquisa”, ou era o que eu dizia para mim mesma. Mas o que ocorreu comigo foi, nada menos, do que uma transformação total. Em essência, a beleza da Yoga é que ela te encontra onde você está. Isso pode acontecer tanto a nível individual quanto coletivamente, a nível de sociedade.

Quando Yogananda chegou nos Estados Unidos, em 1920, a recém-criada Física Quântica nos dizia que a matéria era ilusória – algo muito similar à noção de “Maya”, dos ensinamentos Védicos da Índia. Parecia que a ciência moderna estava finalmente alcançando o conhecimento dos iogues da Índia. E isso não poderia ter esperado nem mais um minuto. Dado o potencial destrutivo da Era Atômica, Yogananda percebeu que havia chegado a hora das grandes massas adotarem esses ensinamentos de fraternidade e compreensão… pois todos nós emergimos de um mesmo oceano de consciência. Quanto mais eu lia os ensinamentos de Yogananda, mais eu sabia que precisava fazer esse filme. E, ao fazê-lo, as fronteiras entre ciência e espiritualidade começaram a se confundir.

 

Lisa Leeman: Em 1984, um namorado me deu um exemplar da Autobiografia de um Iogue, dizendo: “você é muito lógica Lisa… leia isto! ”. Ele estava certo – o livro explodiu a minha mente racional. Eu não sabia o que fazer com as histórias de Yogananda sobre iogues levitando, do seu Guru estar em dois lugares ao mesmo tempo, ou de Yogananda prevendo o futuro… e, nem nos meus sonhos mais loucos, eu poderia me imaginar fazendo um filme sobre esse autor!

Eu sempre fui uma buscadora – na faculdade, eu devorei os livros de Alan Watts e clássicos do Zen (sem saber que o mestre de Budismo Tibetano Chogyan Trungpa estava a apenas 45 minutos, em Boulder, ou que décadas mais tarde eu produziria um documentário sobre ele). Eu comecei a praticar hatha-yoga e meditação, e comecei a fazer filmes documentários. Uma coisa levou a outra e, quando percebi, estava na Índia, como cineasta, em um filme sobre iogues ascetas. Alguns anos depois, quando Paola me convidou para co-dirigir esse filme com ela, eu fiquei intrigada a explorar mais profundamente como a biografia de um mestre de meditação poderia transmitir ensinamentos orientais de maneira visceral e cinemática, alcançando mais do que o intelecto, para criar um filme de experiência, para ser mais do que uma biografia.

Foi um desafio realizar esse filme, tanto cinematograficamente quando pessoalmente. Ele me forçou a lidar com algumas das “grandes questões” da vida, as quais eu me esquivava há tempos. Ele alongou a minha noção de Yoga (trocadilho proposital), aprofundou a minha prática de meditação, me ensinou a ver além das formas externas e expandiu a minha compreensão da natureza da realidade. Eu ainda estou lutando com as histórias fantásticas… e eu comecei a aprender de que não há problema nisso. Como um dos monges disse no filme, enquanto estávamos em Calcutá:  “Com muita frequência, as pessoas procuram por ‘experiências espirituais’… quando o que realmente importa é cultivar a experiência do espírito”. Deixo para o público interpretar o que isso significa.

 

ENTREVISTA COM AS DIRETORAS PAOLA DI FLORIO & LISA LEEMAN

P: Como surgiu o filme?

Paola & Lisa: A organização criada por Yogananda, Self-Realization Fellowship, foi abordada durante décadas por pessoas que queriam fazer um filme sobre o Guru que trouxe a Yoga para o Ocidente. Por uma ou outra razão, o momento ainda não havia chegado. Em 2008, contudo, uma oportunidade se apresentou com um financiamento através de doadores anônimos. Os discípulos diretos de Yogananda estavam falecendo e parecia o momento correto de se fazer um filme. A SRF decidiu encontrar uma equipe de filmagem independente, para permitir que uma visão externa e mentes sem pré-conceitos contassem a história. Foi desejo da SRF fazer um filme para o mundo, e não apenas para os seus membros. Eles fizeram uma pesquisa extensa e nós fomos afortunadas de termos sido escolhidas para fazer o filme. É claro que, logo antes de sermos contratadas, nos olhamos e percebemos que tínhamos uma tarefa desafiadora à nossa frente. Não era apenas uma história épica, mas também uma história que nos desafiaria, como cineastas, a destilar esses antigos ensinamentos em um formato compreensível ao público externo à organização. Por sorte, nós não compreendemos o tamanho desta responsabilidade, pois teria sido muito intimidadora.

 

P: Qual foi o maior desafio que vocês tiveram para fazer esse filme?

Paola & Lisa: Houveram muitos desafios! Não é fácil fazer um filme sobre um santo. Nós somos contadoras de história, uma boa narrativa requer conflitos, dificuldades e um protagonista com imperfeições humanas. Nós buscamos os esqueletos no armário de Yogananda, e apesar de termos encontrado certas alegações provocativas, elas não tinham sustentação. Conforme nos aprofundamos em sua vida, contudo, nós descobrimos que ele enfrentou grandes obstáculos, muitos dos quais o público desconhecia.

Por ser a própria definição de “peixe fora d’água”, Yogananda, veio para a estranha terra da América, em 1920, para disseminar um antigo ensinamento que tinha paralelos com a Física de Einstein na época. Com certeza, esses ensinamentos de Yoga seriam vistos como ferramentas essenciais para os seres humanos sobreviverem à Era Atômica. Apesar de ser reconhecido com um “gênio espiritiual”, Yogananda sofreu severas críticas, e até racismo no Sul do país, por aqueles que se sentiam ameaçados por ele e por sua mensagem. Perseguição, traições por estudantes e amigos próximos, e até falência financeira se seguiu. Ele era continuamente testado. Mas Yogananda ascendeu como uma fênix através das cinzas de seus fracassos, não apenas para recobrar seu próprio propósito de vida, mas para inspirar outros a seguirem seu exemplo. Contudo, Yogananda algumas vezes quis fugir para ser um eremita em uma caverna dos Himalaias… que é a mesma sensação que tínhamos quando encontrávamos situações desafiadoras, tendo que esmiuçar centenas de arquivos e rolos de filmes, e estudar a volumosa obra de ensinamentos que Yogananda deixou para nós, destilando-os em algo compreensível (primeiro para nós, e depois para um público). Algumas vezes nós literalmente lutamos com isso. Demorou um pouco para digerir e internalizar esses conceitos, e a descobrir como transmiti-los de maneira cinematográfica.

Nós experimentamos criar estados internos de consciência através da metáfora audiovisual, pois era de extrema importância para nós que o filme fosse experiencial, não apenas informativo, e que nós convidássemos os espectadores para uma jornada de expansão de consciência e de possibilidades através do filme.

Decidimos que Yogananda contaria sua história com suas próprias palavras (ao invés de usar um narrador em terceira pessoa), em um esforço de criar mais intimidade. Isso significa que, além de usar algumas gravações da voz de Yogananda, nós tivemos o privilégio de contar com um ator proeminente, estrela de Bollywood, Anupam Kher, para ler suas palavras e, essencialmente, desempenhar este papel. Isso também ajudou a manter viva a sensação de realismo mágico que Yogananda criou ao escrever a Autobiografia de um Iogue, onde ele conta momentos íntimos de uma vida muito além do ambiente mundano. Nós também criamos momentos de tranquilidade, através dos quais os espectadores podem entrar e sair de “meditações cinematográficas”, propiciando a eles uma desassociação do intelecto e permitindo a experiência de apenas “ser”.

 

P: O que vocês acham que o público apreciará nesse filme?

Paola & Lisa: Nós esperamos que o filme coloque Yogananda no contexto de seu tempo, proporcionando uma maior compreensão da história da Yoga no Ocidente e o que a sua prática realmente significa. Mas, mais importante do que isso, nós queremos que o filme toque as pessoas no “ponto em que elas estão”, nas suas próprias jornadas espirituais individuais e, talvez, ajude a plantar uma semente que os leve ainda mais fundo. Nós queremos inspirar os espectadores a se tornarem “DESPERTOS” (AWAKE).

 

P: Que tipo de experiência vocês esperam trazer aos espectadores?

Paola & Lisa: Yogananda frequentemente usava o oceano como uma metáfora para a consciência, um conceito que as pessoas que passam muito tempo cercados por água, percebem intuitivamente. Nós usamos muitas imagens com água no filme. Yogananda compara o indivíduo às ondas do oceano, que tomam forma e então se unem de volta ao que nos une a todos, o oceano da consciência.

 

 

Leia  a resenha completa do filme: http://www.culturadapaz.com.br/awake/

 

CRÉDITOS DO FILME

Escrito e Dirigido por

PAOLA DI FLORIO

&

LISA LEEMAN

 

Produtores

PETER RADER

PAOLA DI FLORIO

LISA LEEMAN

 

Baseado nos livros e palestras de

PARAMAHANSA YOGANANDA

 

Diretor de Fotografia

ARLENE NELSON

 

Trilha sonora original

MICHAEL R. MOLLURA

VIVEK MADDALA

 

Fonte: Blog da Cultura da Paz

Um Jesus que você não conhece

Paramahansa Yogananda, grande mestre indiano da ciência da meditação científica iogue, recebeu de sua linhagem de gurus uma incumbência: vir ao Ocidente e ensinar sobre a unidade de conhecimento que havia entre Bhagavan Krishna e Jesus Cristo.

Procurando seguir os passos de seu Mestre, Swami Sri Yukteswar, Yogananda procurou entrar em contato com Cristo durante suas práticas de meditação profunda e beber de suas mesmas fontes, para ir além das interpretações comuns desse grande mestre, mostrando a sabedoria iogue a qual Jesus também tivera acesso nos anos em que esteve pela Índia.

Em toda obra de Yogananda, esse paralelo de comparação entre Krishna e Cristo se encontra presente, mas – em especial – em dois importantes livros: A Yoga de Jesus e A Segunda Vinda de Cristo. As mais importantes passagens dos evangelhos cristãos são explicadas, nessas obras, à luz da yoga. Separamos algumas delas para você, contidas no livro A Yoga de Jesus:

“E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mateus 5:2-3)

Enquanto ensinava, Jesus fez com que suas sagradas vibrações e divina força vital emanassem através de sua voz e de seus olhos, difundindo-se sobre os discípulos, tornando-os tranquilamente sintonizados e magnetizados, capazes de receber a plena medida de sua sabedoria por meio da compreensão intuitiva.

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mateus 5:6)

As palavras “sede” e “fome” estabelecem uma metáfora apropriada para a busca espiritual do homem. Primeiro, precisamos ter sede pelo conhecimento teórico de como alcançar a salvação. Depois de saciada essa sede ao aprendermos a técnica prática para efetivamente entrar em contato com Deus, podemos então satisfazer a fome interior da Verdade, banqueteando-nos diariamente do divino maná da percepção espiritual resultante da meditação.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mateus 5:7)

A misericórdia é uma espécie de angústia paternal diante das imperfeições de um filho que incidiu no erro. É uma qualidade intrínseca da Natureza Divina. A história da vida de Jesus está repleta de relatos de uma misericórdia divinamente manifestada em suas ações e personalidade. Nos sublimes filhos de Deus que alcançaram a perfeição, vemos revelado o oculto Pai transcendente assim como Ele é.

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mateus 5:5)

A humildade e a mansidão criam no homem uma receptividade ilimitada para conter a Verdade. Como diz o provérbio “pedra que rola não cria limo”, um indivíduo orgulhoso e irascível rola encosta abaixo a montanha da ignorância e não retém nenhum “limo” de sabedoria, enquanto as almas mansas, permanecendo em paz no vale da vívida boa vontade mental, acumulam as águas da sabedoria que flui de fontes humanas e divinas, para nutrir seu florescente vale de qualidades espirituais.

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9)

Os verdadeiros pacificadores são os que geram a paz em sua prática devocional da meditação diária. A paz é a primeira manifestação da res- posta de Deus na meditação. Aqueles que conhecem Deus como Paz no templo interior do silêncio e que lá reverenciam esse Deus de Paz são, por meio desse relacionamento de comunhão divina, Seus verdadeiros filhos.

“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:10)

A bem-aventurança de Deus visitará as almas que suportam com equanimidade, por fazerem o que é correto, a tortura da crítica injusta dos falsos amigos, e também dos inimigos, e que permanecem livres da influência dos maus costumes ou hábitos prejudiciais da sociedade. Um devoto íntegro não se curvará diante da pressão social para que beba, somente por estar numa reunião em que são servidos coquetéis, mesmo quando os demais zombem dele por não compartilhar de seu gosto. A retidão moral traz a zombaria de curto prazo mas o regozijo a longo prazo, pois a persistência no autocontrole produz bem-aventurança e perfeição. Um eterno reino de alegria celestial, a ser desfrutado nesta vida e além dela, é o que recebem aqueles que vivem e morrem conduzindo-se de acordo com o que é justo.

Pessoas mundanas que preferem as indulgências sensoriais ao contato com Deus são os verdadeiros tolos, porque ao ignorarem o que é correto – e portanto bom para elas – têm de colher as consequências. O devoto íntegro procura aquilo que é benéfico para ele no mais elevado sentido. Aquele que abandona os costumes levianos do mundo e suporta de bom grado o menosprezo que os amigos sem visão expressam por seu idealismo demonstra que está apto para a infindável bem-aventurança de Deus.

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Histórias dos Monges da SRF – Descobrindo a Autobiografia de um Iogue

Descobrindo a Autobiografia de um Iogue

Lembranças de alguns discípulos de Paramahansa Yogananda.

Em dezembro de 1946 a editora de Nova York enviou os primeiros exemplares da Autobiografia de um Iogue para a sede internacional da Self-Realization Fellowship.

Em 1996, com a comemoração do cinquentenário da primeira edição, alguns dos discípulos mais antigos e mais próximos de Paramahansa Yogananda recordaram as circunstâncias em que conheceram o livro e o impacto que sentiram. Foram os primeiros a experimentar a sabedoria, o amor divino e a visão transformadora que as páginas do livro irradiam – livro que desde aquela época vem mudando a existência de milhões de pessoas.

 

 

Sri Daya Mata

Paramahansaji trabalhou na redação da Autobiografia de um Iogue durante muitos anos. Quando cheguei a Mount Washington em 1931, ele já tinha iniciado o livro. Certa ocasião, eu estava em seu escritório cumprindo algumas tarefas como secretária e tive o privilégio de ver um dos primeiros capítulos: o que se referia ao “swami dos tigres”. Gurudeva pediu que eu o guardasse, indicando que era material para um livro.
Mas a maior parte da obra foi escrita de 1937 a 1945. Paramahansaji tinha tantas responsabilidades e obrigações que não podia trabalhar todos os dias na Autobiografia. Mesmo assim, em geral ele dedicava as primeiras horas da noite e todo tempo livre que tivesse para trabalhar no livo. Na época, um pequeno grupo de discípulas – Ananda Mata (ver foto abaixo), Shradda Mata e eu – estava sempre à sua disposição para ajudá-lo. Depois que cada capítulo era datilografado, Gurudeva o entregava a Tara Mata, que cumpria as funções de editora.
Um dia, enquanto trabalhava na autobiografia, o Guru nos disse: “Quando eu abandonar o mundo, este livro mudará a vida de milhões de pessoas; será meu mensageiro depois que eu partir.”
Ao terminar o manuscrito, a responsabilidade de encontrar uma editora foi entregue a Tara Mata, que levou o livro para Nova York. Paramahansaji tinha em alta estima a capacidade e os conhecimentos de Tara Mata para revisar e corrigir textos e era comum elogiá-la abertamente. Ele disse: “O que ela fez por este livro é quase impossível de descrever. Ela estava gravemente doente antes de ir para Nova York; mesmo assim, fez a viagem. Se não fosse por ela, o livro não teria sido publicado.”

Não há palavras que descrevam a alegria e felicidade de Gurudeva quando viu a obra terminada. Dedicou um exemplar a cada um dos muitos devotos que viviam nos ashrams. Como eu tinha ajudado a datilografar o manuscrito, quando recebi meu exemplar já sabia que se tratava de uma obra imortal, um livro que pela primeira vez revelava algumas verdades ocultas à maioria das pessoas; verdades nunca antes apresentadas de modo tão diáfano e inspirador. Nenhum outro autor havia explicado conceitos como a lei dos milagres, a reencarnação, o karma, a vida após a morte e outras verdades maravilhosas com a mesma clareza de Guruji.

Hoje em dia, como reagiria ele perante o êxito do livro? Sem dúvida ficaria humildemente comovido ao ver que a Autobiografia de um Iogue chegou a todos os cantos do mundo, a pessoas de todas as idades, das mais diferentes culturas, raças e religiões e que foi acolhido com muitos elogios e enorme entusiasmo ao longo dos últimos cinquenta anos. Guruji nunca foi convencido. Em absoluto. Mas nem por isso deixava de reconhecer o valor do que tinha escrito, pois sabia que era a expressão da verdade.

 

Tara Mata

Dedicatória no exemplar da Autobiografia de um Iogue que Paramahansaji presenteou a Tara Mata (Laurie
Pratt). Nos “Agradecimentos do autor” ele presta homenagem ao trabalho editorial de Tara Mata e na dedicatória atesta o valor do magnífico serviço prestado pela estimada discípula.

 

Para Laurie Pratt

«Que Deus e os Gurus sempre a abençoem pelo papel amoroso e valente que você desempenhou na realização deste livro. P.Y.».

«Finalmente a sagrada fragância de Deus, de meus gurus e dos mestres brotou das portas secretas de minha alma, após superar inúmeros obstáculos e graças aos constantes esforços de Laurie Pratt e de outros discípulos. Toda a lenha das dificuldades ardeu na chama eterna da bem-aventurança.”

 

Mrinalini Mata

Foi numa tarde ao final do ano de 1946. Nós, os devotos mais jovens, estávamos na cozinha do eremitério de Encinitas cumprindo nossos deveres, quando de repente Gurudeva apareceu na porta. Paramos imediatamente as atividades. Seu imenso sorriso chamava a atenção e percebemos que em seus olhos havia um brilho mais bonito do que o habitual. Ele escondia algo atrás do corpo. Chamou os que estavam mais longe e quando chegamos todos bem perto, ele mostrou o tesouro escondido: um exemplar de seu livro, a Autobiografia de um Iogue, que havia chegado. Nossas exclamações mal conseguiam expressar a imensa alegria que sentimos, quando finalmente vimos a tão esperada obra que contava sua vida na Índia entre grandes santos e sábios; histórias que tantas vezes haviam cativado nossa atenção nas preciosas horas passadas em sua companhia. Ele mostrou algumas páginas, deixando a ilustração de Mahavatar Babaji para o final. Quase sem respirar, manifestamos nosso respeito. Sabíamos que era uma grande bênção ser os primeiros a contemplar a imagem de nosso param-param-paramguru.

No início de dezembro, fomos chamados a Mount Washington para desembrulhar as volumosas caixas enviadas pela editora e preparar as remessas para centenas de devotos que aguardavam ansiosamente o livro. Com várias semanas de antecedência, em nosso tempo livre tínhamos datilografado os endereços em etiquetas adesivas, usando a velha máquina de escrever. Colocamos mesas enormes no escritório (tábuas simples apoiadas em cavaletes) e formamos uma espécie de linha de montagem: o papel de embrulho vinha num rolo imenso e tínhamos que cortá-lo a mão, na medida certa para embrulhar livro por livro. Depois colávamos em cada pacote a etiqueta e os selos, previamente umedecidos numa esponja molhada. Naquela época não tínhamos máquinas para embalagem ou selagem automática! Mas que alegria participar de um acontecimento que seria inesquecível para a história da Self-Realization Fellowship! O mundo inteiro conheceria nosso abençoado Mestre através deste sublime embaixador.

Na sala de estar do segundo piso, Gurudeva sentou-se diante da mesa e assinou todos os livros. Fez isso muitas horas sem parar, sem descansar. Os livros eram tirados das caixas, abertos e colocados diante dele, num fluxo incessante de autógrafos e acabando a tinta de várias canetas.

Já era tarde quando ele me mandou subir. Continuava assinando os livros. Os discípulos mais velhos insistiam para que descansasse um pouco, mas ele continuou até a última assinatura, que colocava junto com uma bênção, no último livro daquela remessa. Seu rosto resplandecia com a expressão mais venturosa que se possa imaginar, como se através das páginas ele enviasse uma parte de si mesmo e de seu amor por Deus – e isso não deveria tardar nem um segundo a mais.

Com alegria inefável, sentamos a seus pés e meditamos até altas horas da madrugada. Cada um de nós havia recebido das mãos do Mestre um exemplar do precioso tesouro. Muitíssimos livros já estavam preparados para o envio pelo correio no dia seguinte ou tinham sido embrulhados para serem levados aos templos de Hollywood e San Diego.

A Autobiografia de um Iogue se encaminhava assim a seu destino divino, levando as bênçãos do Guru e seu amor a Deus a milhões de buscadores da Verdade.

 

Sailasuta Mata

Paramahansaji escreveu a maior parte da Autobiografia de um Iogue – projeto que levou vários anos para completar – no eremitério de Encinitas. Naquela época havia poucos discípulos residindo ali e eu estava entre eles.

Guruji trabalhava em seu apartamento com a ajuda de Daya Mata e Ananda Mata como secretárias; elas escreviam a máquina ou taquigrafavam o que o Mestre ditava. Lembro que algumas ocasiões ele passava a noite toda ditando e às vezes também entrava no dia seguinte e por aí vai. Minha tarefa era diferente: eu devia preparar a comida para que pudessem trabalhar sem interrupção!

Quando os primeiros exemplares da Autobiografia de um Iogue chegaram da editora, houve grande alegria entre nós. Guruji queria que mandássemos logo o livro a todas as pessoas que o tinham encomendado com antecedência! Foi assim que depois dos primeiros momentos de alegria, ficamos atarefados preparando os muitos pedidos pendentes. Sister Shila e eu embrulhamos muitos livros, selamos os pacotes e deixamos tudo preparado. Depois fomos até o carro, abrimos o porta-malas e todas as portas e o enchemos até em cima. Então levamos os pacotes ao Correio Central de Los Angeles. Estávamos muito contentes. Finalmente a Autobiografia de um Iogue estaria disponível para todos, em qualquer lugar!

 

Brother Bhaktananda

Em 1939, pouco tempo depois de eu entrar para o ashram, um dia Paramahansaji conversava com alguns de nós no saguão do edifício da sede central em Mount Washington. Ele comentou que Deus lhe havia revelado que durante seu tempo de vida na Terra ele teria que escrever certos livros e que depois de escrevê-los sua missão estaria cumprida. Um deles era a Autobiografia de um Iogue. Quando o livro foi publicado, eu o li do começo ao fim em poucos dias. Achei o livro maravilhoso e inspirador! Lembro que já naquela época pensei que o livro teria um papel importante no trabalho de despertar o interesse pelos ensinamentos de Paramahansaji. Até agora só vimos a ponta do iceberg.

 

Uma Mata

Quando conheci Paramahansa Yogananda em 1943, eu tinha 9 anos. Meu pai era membro da Self-Realization Fellowship e assistia regularmente os serviços do templo de San Diego. Ele era muito reservado e nunca tentou convencer a ninguém de suas crenças, nem mesmo a mim; jamais me mostrou o exemplar da Autobiografia de um Iogue que tinha recebido de presente de Paramahansaji. Quando descobri o livro por acaso em 1947 demorei um pouco para lê-lo, pois eu era bem jovem e havia palavras muito complicadas! Apesar disso, desde o primeiro momento o livro foi um refúgio para mim, um bálsamo para a alma. Acima de tudo, a Autobiografia de um Iogue nos mostra, que é possível conhecer Deus.

 

Mukti Mata

Lembro muito bem o primeiro Natal que passei no ashram, em 1946. Paramahansaji tinha terminado de escrever a Autobiografia de um Iogue e deu um exemplar de presente a cada um dos residentes. As páginas do livro refletiam com muita força a personalidade viva e encantadora de nosso Guru – o amor e a alegria que sentíamos quando estávamos em sua presença. Quanta inspiração sentíamos ao ouvir pessoalmente os relatos de vários episódios do livro! Agora, através dessas páginas, muitas outras pessoas também poderiam encontrar inspiração.

 

Sister Parvati

Lembro claramente quando a Autobiografia de um Iogue foi lançada. Algum tempo depois, pedi a Paramahansaji que escrevesse um pensamento em meu livro. Ele escreveu: “Encontre o Infinito oculto no altar destas páginas.” Sempre que preciso de algo específico, abro a Autobiografia ao acaso e vejo um trecho que não lembro de ter lido antes! E de um modo ou outro, sempre trata exatamente do tema que preciso naquele momento. Mesmo que eu não soubesse onde procurar, o certo é que diante de meus olhos surge o que estou precisando naquele momento. Comprovei que o conselho do Mestre é totalmente certo: é possível encontrar o Infinito oculto no altar destas páginas.

«Este livro será meu mensageiro (…)” Com estas palavras Paramahansa Yogananda profetizou o papel que desempenharia a Autobiografia de um Iogue: atrair almas do mundo todo para o caminho sagrado da Kriya Yoga, um ensinamento que ele tinha a incumbência de difundir. Dentre as inúmeras almas para quem o livro foi realmente o mensageiro do Guru enquanto ele estava vivo ou depois, apresentamos três testemunhos.

 

Brother Anandamoy

Quando eu tinha 13 ou 14 anos, passei as férias de verão na casa de uns tios que viviam no subúrbio de Winterthur, uma das principais cidades da Suíça. Meu tio tocava em uma orquestra sinfônica, mas também estava de férias e aproveitou aqueles dias para cuidar de seu vasto jardim, tendo a mim como ajudante. Ele não tinha filhos e por isso se interessava por mim e por minha educação. Enquanto trabalhávamos no jardim, tínhamos longas conversas.

Meu tio se sentia muito atraído pela filosofia oriental. Totalmente concentrado, eu escutava suas explicações sobre karma, reencarnação, plano astral e causal, especialmente quando ele elogiava os grandes mestres – grandes santos – iluminados. Ele falava de Buda, que havia atingido este abençoado nível, e de outros santos. Falava de tal modo que despertou em mim o profundo desejo de seguir seu exemplo. Lembro que naquela época eu ficava repetindo de tempos em tempos: iluminação, iluminação. É claro que eu não entendia muito bem o significado da palavra, mas sentia que era algo muito superior ao que qualquer homem comum podia conseguir, independentemente de suas conquistas materiais ou artísticas.

Perguntei a meu tio como poderia alcançar esse estado, mas ele não sabia; só sabia que era necessário meditar e ter um guru que conhecesse tudo. Quando manifestei meu ardoroso desejo de conhecer um guru, meu tio balançou a cabeça com pena e disse, sorrindo: “Pobre menino! Na Suíça não existem gurus!”

Então comecei a orar a Deus, pedindo um guru. Eu ansiava tanto por um mestre espiritual, que quando voltei para minha cidadezinha passava muitas horas na estação de trem, esperando que “ele” chegasse. Mas nada.

Depois de receber o diploma da escola secundária, trabalhei 2 anos na loja de meus pais – 2 frustrantes anos. Depois comecei minha carreira na Arte. Naquela época eu havia perdido todo o interesse pela filosofia hindu, pois achava que era impossível encontrar um guru. Três anos depois, tive a oportunidade de ampliar meus estudos com Franl Lloyd Wright, famoso arquiteto americano.

Poucos dias depois de chegar aos Estados Unidos fui visitar outro tio, que havia emigrado da Suíça na década de 20 (1920). Conversamos e em certo momento ele falou da filosofia hindu. Quando comentei que anos atrás eu tinha me interessado pelo tema, seus olhos se iluminaram e ele me levou a seu escritório. Pegou um exemplar da Autobiografia de um Iogue e indicou a fotografia de Paramahansa Yogananda na capa. Perguntou se eu já tinha ouvido falar dele. Quando respondi que não, ele disse: “É o homem mais extraordinário que já conheci. Um verdadeiro mestre!”

Surpreso, exclamei: “Você o conhece? Onde ele está? Nos Estados Unidos?”

Meu tio respondeu: “Sim, ele mora em Los Angeles.” E me contou que pouco depois de chegar aqui tinha assistido a uma série de aulas e palestras de Paramahansaji. E pensar que nos anos em que eu ansiava por um guru meu tio havia conhecido um verdadeiro mestre e tinha ouvido seus ensinamentos!

Li avidamente o livro. Foi um milagre. Fiquei tão fascinado que não percebi que aquele simples fato era um milagre, pois meus conhecimentos de inglês não eram suficientes para ler um livro. Pouco tempo antes eu havia tentado ler algumas páginas da autobiografia de Frank Lloyd Wright e tinha sido em vão; só depois de estudar inglês durante um ano é que consegui. Mas não tive dificuldade nenhuma para ler a Autobiografia de um Iogue do início ao fim.

Foi então que eu soube do fundo do coração que tinha encontrado o que queria. Resolvi estudar os ensinamentos de Paramahansa Yogananda para encontrar Deus.

Alguns meses depois de aprender um pouco mais de inglês consegui ir a Los Angeles. Tinha esperança de ver o Mestre. Quando entrei nos jardins da sede central, senti-me rodeado por uma paz indizível… uma coisa que eu jamais havia experimentado antes, em nenhum outro lugar. Eu sabia que estava pisando em terreno sagrado.

No domingo de manhã fui ao serviço conduzido por Paramahansaji no Templo de Hollywood. Foi a primeira vez que o vi em pessoa. Uma experiência inesquecível! Quando terminou, o Mestre sentou numa poltrona e a maioria dos presentes foi cumprimentá-lo. Não tenho palavras para expressar o que senti enquanto estava na fila. Por fim, quando cheguei à sua frente, ele colocou minhas mãos entre as suas; olhei em seus olhos, olhos profundos e radiantes que me olhavam com muita ternura. Não dissemos uma só palavra. Mas logo me senti pleno de uma bem-aventurança indescritível que chegou a mim através de suas mãos e de seu olhar.

Saí do templo meio tonto e caminhei pela Sunset Street. Estava tão eufórico que não conseguia caminhar direito. Eu cambaleava como se estivesse embriagado. Além disso, eu dava gargalhadas porque minha alegria transbordava. As pessoas que iam à minha frente na calçada se viravam e me olhavam e as pessoas que vinham em minha direção se afastavam, balançando a cabeça com reprovação pelo espetáculo de bebedeira que acreditavam estar vendo num domingo de manhã. Nada disso me importava. Eu nunca tinha me sentido tão feliz. Pouco tempo depois, entrei como monge para o ashram da Self-Realization Fellowship.

 

Brother Premamoy

Brother Premamoy foi monge da ordem monástica da Self-Realization Fellowship por mais de 35 anos. Durante muitos anos e até seu falecimento em 1990, ele cuidou do treinamento espiritual dos monges mais jovens. A seguinte história foi contada por ele a um grupo de monges.

Ele nasceu na Eslovênia. Pertencia a uma família aristrocrática – com parentes na realeza e em outras famílias influentes do país – mas teve que partir para o exílio quando o partido comunista subiu ao poder no fim da Segunda Guerra Mundial. Em 1950, o Departamento de Assuntos Exteriores dos Estados Unidos ofereceu-lhe a oportunidade de entrar no país como imigrante.

No outono do mesmo ano, pouco antes de embarcar para Nova York, uma velha amiga da família – Evelina Glanzmann – lhe deu um presente de despedida. Pelo formato do pacote, ele pensou que fosse uma caixa de bombons. No navio, abriu o presente para dividi-lo com os companheiros de viagem, mas qual não foi sua supresa ao encontrar um livro, a Autobiografia de um Iogue.

Ele ficou muito emocionado com o presente, mas nem por isso sentiu vontade de lê-lo. Em pequeno tinha sido um leitor insaciável, mas isso já não acontecia mais. (Mais tarde ele disse que tinha lido a maioria dos livros antes dos 15 anos.) Por outro lado, a filosofia oriental não lhe era totalmente desconhecida: na adolescência havia apreciado a leitura do Bhagavad Gita e tinha memorizado praticamente o livro todo. Por isso, ao ver o assunto da Autobiografia de um Iogue, sua primeira reação foi: “Não vou ler… não quero me prender!”

Depois de se instalar nos Estados Unidos, ele entrou para o mundo dos negócios e logo recebeu uma oferta para o cargo de secretário pessoal do secretário geral das Nações Unidas, Dag Hammarskjöld (ele renunciou ao cargo antes de ir para a Califórnia).

Os meses passavam e a Autobiografia de um Iogue continuava fechada na estante de sua casa em Nova York. Mas a sra. Glanzmann, que traduziu a obra para o italiano, perguntou-lhe várias vezes sua opinião sobre o livro. Ainda assim, ele não se animava a ler. Até que um dia ela lhe escreveu: “Diga que gosta ou que não gosta, mas diga alguma coisa!” Por acaso era 6 de março, dia de seu aniversário e ele estava refletindo sobre o que fazer da vida. Com ar pensativo, pegou o livro e começou a dar uma olhada.

Entusiasmado, leu tudo de uma só vez. Compreendeu que o autor, Paramahansa Yogananda, tinha uma percepção espiritual muito superior a qualquer outra pessoa que já havia conhecido e decidiu escrever-lhe.

A última coisa que podia imaginar quando colocou a carta no correio era que o Guru estava no penúltimo dia de sua vida na Terra. Só soube disso algum tempo depois, quando recebeu a resposta de Sri Daya Mata.

Os meses passaram, mas nem o livro, nem seu autor, saíam de seu pensamento. Quando o verão chegou, ele decidiu ir a Los Angeles para conhecer melhor os ensinamentos de Paramahansaji. Quando entrou nos jardins da Sede Central da Self-Realization Fellowship, um desconhecido de aparência jovial e com um sorriso radiante o abraçou afetuosamente, como se ele fosse um amigo há muito esperado e que agora era calorosamente recebido. Não falaram uma só palavra. Mais tarde, quando ele foi apresentado a seu novo “velho amigo”, soube que era Rajarsi Janakanansa, o então presidente da Self-Realization Fellowship!

Foi assim que o livro que Paramahansaji denominou seu “mensageiro” mais uma vez excerceu um efeito mágico, pois a partir daquele momento estabeleceu-se claramente o curso que seguiria a vida de Brother Premamoy.

 

Sister Shanti

Em 1952 eu trabalhava como secretária do vice-diretor do Hotel Embassador de Los Angeles, situado na Wilshire Street. Era um trabalho fascinante num ambiente seleto, que me permitiu conhecer algumas personalidades de fama mundial. Mas nunca imaginei que um simples nome falado em meus ouvidos pudesse causar tanto impacto em minha vida.

No dia 6 de março, o secretário de um produtor de filmes telefonou para o hotel e deixou um recado para Paramahansa Yogananda. Este nome ecoou em meu peito como um sino e minha cabeça começou a rodar; ao mesmo tempo, fui preenchida por imensa be-aventurança. Um pouco cambaleante, fui até a recepção para transmitir a mensagem. Ali me informaram que o embaixador da Índia e sua comitiva estavam hospedados no hotel, mas não havia ninguém registrado com o nome que eu mencionava. Voltei para meu escritório e as palavras “Paramahansa Yogananda” continuavam girando em minha cabeça – e produziam um sentimento cada vez maior de amor e felicidade. Depois de alguns momentos, o produtor de filmes voltou a telefonar e perguntou: “Para quem era o recado que meu secretário lhe passou há pouco?” Respondi: “Para Paramahansa Yogananda”. Ele exclamou: “Bem me pareceu ter ouvido isso! Mas não é para ele o recado e meu secretário sabe disso. Na verdade, ele nem sabe porque disse este nome!”

Durante o resto do dia permaneci com uma rara sensação de percepção interna e também com a impressão de estar profundamente unida a esse nome. Veio o dia 7 de março, dia fatídico do mahasamadhi de Paramahansa Yogananda. Li a notícia no jornal no dia seguinte e senti como se perdesse meu melhor amigo. Para mim foi uma notícia demolidora, como se minha vida houvesse acabado de repente! Eu só conseguia pensar: “Ele se foi! Eu o esperei a vida toda e agora ele se foi!” Mas eu não sabia muito bem porque pensava isto, pois na verdade eu nunca havia procurado nenhum mestre, nem tratado se seguir um caminho espiritual. Mesmo assim, no fundo do coração eu sabia que certamente havia perdido a pessoa mais importante em minha vida.

A partir daquele momento, a vida ordenada e muito agradável que eu levava não me interessou mais. Cancelei imediatamente alguns planos importantes, me afastei dos amigos e comecei minha busca através da leitura. Nem por um momento pensei em verificar se Paramahansa Yogananda havia escrito alguma coisa. Eu simplesmente lamentava sua partida e a falta de oportunidade de tê-lo conhecido. Li 4 livros sobre metafísica que retirei da biblioteca pública de Hollywood e que não saciaram a profunda necessidade de minha alma. Voltei à biblioteca para procurar mais no mesmo setor. Minha mãe, um pouco contagiada por meu fervor, me acompanhou. Pois bem: quando eu chegava ao final da seção de metafísica, que eu achava que já havia examinado com todo o cuidado, de repente um livro caiu de uma estante mais alta, atingiu minha cabeça e caiu no chão. Minha mãe o pegou e me mostrou, com um suspiro: Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda. Ali estava, diante de mim, o nome pelo qual meu coração ansiava e o rosto cujo olhar ia até o fundo da alma!

Eu lia o livro de noite e minha mãe de dia, enquanto eu estava no trabalho. Talvez “ler”  não seja a palavra mais adequada para descrever como ficamos absortas na experiência de entrar no mundo da verdade: a origem da vida, o discipulado, a ciência da Kriya Yoga… tudo era explicado claramente na Autobiografia de um Iogue.

Assistimos a um dos serviços do templo de Hollywood e senti a mesma “presença” dinâmica que me envolveu quando ouvi o nome do Guru pela primeira vez pelo telefone. Quando terminou o serviço, Meera Mata nos cumprimentou gentilmente, conversou um pouco conosco e sugeriu que eu fosse até Mount Washington conhecer sua filha, Mrinalini Mata. Na sede central ouvimos falar da ordem monástica e… pela terceira vez fiquei “encantada”! Primeiro por Paramahansa Yogananda, depois pela Autobiografia de um Iogue e agora pelo ideal de uma vida de renúncia entregue unicamente a Deus.

Contei o que havia acontecido comingo no dia 6 de março quando ouvi o nome de Paramahansa Yogananda pela primeira vez, isto é, o efeito que seu nome havia causado em mim. Soube que ele estava no hotel Ambassador naquela hora, num café da manhã em homenagem ao embaixador da Índia, Sua Excelência Binay R. Sen. O café da manhã tinha sido no salão ao lado de meu escritório. Quando atendi o telefonema e escutei seu nome, o Mestre estava sentado exatamente do outro lado da parede em que minha mesa de trabalho ficava encostada.

O Guru chama os “seus” através de sua magnífica autobiografia. Alguns levam muito tempo para perceber isso e precisam de uma pancada na cabeça, como no meu caso! Mas felizes são os muitíssimos que escutam sua voz e respondem a seu toque de clarim!

 

Fotos de algumas monjas da Self-Realization Fellowship

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Alguns Monges da Self-Realization Fellowshipmonges-srf

6 Dicas para Orientação Correta da Razão

Siga as instruções abaixo a fim de estimular a atividade mental e o raciocínio corretos:

1. Leia bons livros e assimile cuidadosamente a mensagem deles.

2. Se você lê durante uma hora, escreva durante duas e reflita durante três. Essa é a proporção que deve ser observada para se cultivar o poder do raciocínio.

3. Ocupe a mente com idéias inspiradoras. Não desperdice tempo com pensamentos negativos.

4. Adote, para sua vida, o melhor plano que puder formular por meio do exercício da razão.

5. Utilize as afirmações deste livro, pronunciadas com a força da alma, para desenvolver o poder da mente. Psicólogos antigos e modernos têm indicado que a inteligência inata do homem é capaz de expansão infinita.

6. Obedeça às leis físicas, sociais e morais. Acreditando em que elas são controladas por uma lei espiritual superior, você se colocará, com o tempo, acima de todas as leis inferiores e será completamente guiado pela lei espiritual.

Paramahansa Yogananda, Afirmações Científicas de Cura

Como Meditar Passo a Passo

Diminuição do estresse, capacidade de regular emoções, pensar com mais clareza, desenvolver maior empatia e compaixão pelas pessoas. Esses são alguns dos muitos benefícios da prática da meditação. Mas…Como meditar? Você deve estar aí se perguntando.Calma, vamos orientá-lo. Antes, temos de informar que a intensidade, bem como o tempo a que a pessoa destina para a prática da meditação, podem potencializar as sensações de bem-estar – que são diferentes para cada um.

Responda uma pergunta: quando você pensa em meditação, o que vem à sua mente? Se for a imagem de um santo, nos Himalaias, uma figura iluminada em postura de lótus, temos algo a te dizer: não é preciso ir até esta bela cordilheira – muito embora o passeio valha a pena. Não é preciso ser um Buda ou um Jesus para iniciar a sua prática. Paramahansa Yogananda, grande mestre indiano e pai da yoga no Ocidente, pode te auxiliar nos primeiros passos para essa empreitada.

Leia com atenção o texto abaixo e dê início a uma nova etapa na vida, mais saudável e feliz!

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Como meditar:

  • 1) Sentar-se corretamente

Sente-se numa cadeira de espaldar reto ou, se preferir, numa superfície firme, com as pernas cruzadas. Em qualquer dos casos, ponha por cima uma manta ou tecido de seda (o objetivo é isolar o corpo da atração magnética produzida pelas correntes sutis da terra). Manter a coluna vertebral reta, o abdome para dentro, o peito para fora, os ombros para trás e o queixo paralelo ao chão. As mãos ficam com as palmas viradas para cima e devem estar apoiadas nas pernas, onde a coxa se une à região abdominal, para evitar que o corpo se incline para diante. A cadeira de meditação deve ter uma altura cômoda; do contrário há a tendência de inclinar o torso para a frente ou para trás.

Na postura correta, o corpo está ao mesmo tempo firme e relaxado e é fácil permanecer completamente tranquilo e imóvel.

Depois, fechar os olhos e elevar suavemente o olhar sem forçar, dirigindo-o para o ponto entre as sobrancelhas, que é a sede do olho espiritual, o centro da percepção divina.

  • 2) Oração inicial

Depois de ficar na postura de meditação, ofereça a Deus uma prece do coração, expressando sua devoção por Ele e pedindo que abençoe sua meditação.

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  • 3) Tensionar e relaxar para eliminar o estresse

Inspire, tensionando o corpo completamente e fechando os punhos.

Expulse fortemente o ar pela boca com uma expiração dupla, fazendo o som “ha haaa”, e ao mesmo tempo relaxe todo o corpo.

Repita este exercício 3 a 6 vezes.

Depois esqueça a respiração, deixando-a fluir para dentro ou para fora de modo natural e espontâneo, como na respiração normal.

  • 4) Concentrar a atenção no olho espiritual

Com as pálpebras meio fechadas (ou completamente fechadas, se for mais cômodo), dirija o olhar para cima, focalizando-o, junto com a atenção, no ponto no meio das sobrancelhas, como se olhasse para fora através desse ponto. (A pessoa que se concentra profundamente costuma franzir as sobrancelhas.) Não é para cruzar nem forçar os olhos; ao relaxar e se concentrar com serenidade, o olhar se volta naturalmente para cima.

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Apenas ver o olho espiritual não é suficiente; o mais difícil para o devoto é penetrar essa luz. Mas, pela prática de métodos superiores, como a Kriya Yoga, a consciência é conduzida ao interior do olho espiritual, entrando em um outro mundo de dimensões mais vastas”. Paramahansa Yogananda, A Yoga de Jesus.

  • 5) Orar profundamente a Deus na linguagem de seu coração

Continue com a atenção no centro da Consciência Crística, isto é, no ponto entre as sobrancelhas, orando profundamente a Deus e aos Seus grandes santos. Invoque na linguagem do coração a presença Deles e as Suas bênçãos.

Pai Celestial, Tu és Amor e eu sou feito à Tua imagem. Eu sou a esfera cósmica de Amor, na qual contemplo todos os planetas, todas as estrelas, todos os seres, a criação inteira, como luzes cintilantes. Sou o Amor que ilumina o universo inteiro. Paramahansa Yogananda, “Meditações Metafísicas

 

6) A importância da prática diária

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Cada período de meditação deve durar pelo menos 30 minutos, de manhã e à noite. Quanto mais tempo você permanecer sentado, desfrutando do estado de calma meditativa, mais progredirá espiritualmente. Durante as atividades diárias mantenha a calma sentida na meditação; a serenidade o ajudará a manifestar felicidade e harmonia em todos os aspectos de sua vida.

Este passo a passo foi extraído do site oficial da Self-Realization Fellowship, instituição criada por Paramahansa Yogananda para disseminar os seus ensinamentos pelo mundo.

Yogananda Brasil:  www.yoganandabrasil.com.br

3 Livros essenciais para todos que querem aprender mais sobre meditação e yoga:

Autobiografia de um Iogue

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Em “Autobiografia de um Iogue”, Paramahansa Yogananda oferece um verdadeiro portal para a compreensão da filosofia indiana narrando sua infância, a peregrinação em busca de seu mestre espiritual, a vida de cada um dos mestres de sua linhagem (Mahavatar Babaji, Lahiri Mahasaya, Sri Yukteswar), a fundação de uma escola baseada nos princípios da ciência da Yoga, sua vinda para a América e uma peregrinação pela Europa e Oriente, onde teve contato com grandes santos e mestres espirituais da época. É também um passo inicial seguro para quem deseja conhecer a ciência da Kriya-Yoga, técnicas científicas avançadas de meditação iogue. Edição completa, editada pela Self-Realization Fellowship, organização espiritual sem fins lucrativos fundada por Paramahansa Yogananda em 1920, com sede internacional nos EUA.

Considerado um best-seller, integrante da lista dos cem maiores livros espirituais já publicados em todo o mundo, é editado há mais de 60 anos, atualmente em quase 30 línguas e é uma das maiores revelações já publicadas no Ocidente sobre as profundezas da mente e do coração hindus e a riqueza espiritual da Ciência da Yoga. Livro de cabeceira de famosos como George Harrison, Steve Jobs, Gilberto Gil, entre outros.

Onde encontrar: Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda

Meditações Metafísicas

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Em seu livro “Meditações Metafísicas”, Paramahansa Yogananda, um dos grandes mestres espirituais do século XX, apresenta um manancial de sabedoria com mais de 300 orações, meditações e afirmações que tanto iniciantes quanto experientes em meditação poderão usar para despertar a alegria, a paz e a liberdade interior da alma. A espiritualidade lúcida e prática do autor guiará você para superar todo sentido de limitação e viver plenamente na luz confortadora do Espírito.

Onde encontrar: Meditações Metafísicas, de Paramahansa Yogananda

A Yoga de Jesus

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A Yoga de Jesus é uma compilação da famosa obra do autor intitulada A Segunda Vinda de Cristo: a Ressurreição de Cristo Dentro de Você, fundamental para todos os que querem compreender em profundidade os ensinamentos de Jesus e sua aplicação prática para os dias de hoje na construção de uma Cultura de Paz.
Alguns dos temas apresentados: Os “anos desconhecidos” que Jesus passou na Índia •A antiga ciência da meditação: como tornar-se um Cristo • O verdadeiro significado do batismo • De que modo os princípios e métodos da yoga são equivalentes aos ensinamentos dos maiores santos e místicos cristãos.

Sobre Jesus, disse Paramahansa Yogananda: “Ele ensinou a ciência completa da yoga, o caminho transcendente da união divina por meio da meditação.”

Onde encontrar: A Yoga de Jesus, de Paramahansa Yogananda

Para conhecer a obra completa dos livros da Coleção Paramahansa Yogananda em português acesse o site www.omnisciencia.com.br

Namastê

 

Fonte: Blog da Cultura da Paz

A Sublime Manifestação do Amor Divino em Bhagavan Krishna

 

Em sua vida, o Senhor Krishna expressou o amor puro na forma mais elevada. Mostrou ao mundo que pode existir amor imaculado entre homem e mulher. É impossível descrever corretamente sua vida ímpar para o público em geral, pois ela transcendeu leis e padrões mundanos. Um dia, espero colocar no papel o verdadeiro significado da vida de Krishna, pois ela tem sido incompreendida e mal interpretada. Sua expressão de amor divino foi única no mundo.

Krishna teve muitas discípulas, mas Radha era a predileta. Cada discípula pensava: “Krishna me ama mais do que às outras”. Toda- via, como Krishna falava muito em Radha, as outras ficavam enciumadas. Percebendo isso, Krishna resolveu dar-lhes uma lição. Assim, certo dia, ele fingiu sentir uma terrível dor de cabeça. As discípulas, aflitas, demonstraram grande preocupação com o sofrimento do Mestre. Até que ele disse: “A dor só passará se uma de vocês ficar sobre minha cabeça e massageá-la com os pés”. Horrorizadas, as devotas exclamaram: “Não podemos fazer isto: tu és Deus, o Senhor do Universo. Seria o maior dos sacrilégios ousar profanar tua forma tocando com nossos pés tua cabeça sagrada.”

O Mestre fingiu que a dor aumentava; eis que Radha entra em cena. Correndo para seu Senhor, perguntou: “Que posso fazer por ti?” Krishna repetiu o pedido feito às outras devotas.
Imediatamente, Radha o atendeu: a “dor” do Mestre desapareceu e ele adormeceu. As outras discípulas, com raiva, arrastaram Radha para longe da forma adormecida.

“Vamos matá-la”, ameaçaram. “Mas por quê?”
“Como ousa pisar na cabeça do Mestre?”
“E daí?”, protestou Radha. “Isso não o livrou da dor?”
“Por ato tão sacrílego, você irá para as profundezas do inferno.” “Ah, é com isso que vocês se preocupam?”, disse Radha, sorrindo. “Com muita alegria eu viveria lá para sempre se isso o fizesse feliz por um segundo.”

Então todas se curvaram a Radha. Compreenderam por que Krishna a favorecia, pois só Radha esquecia de si mesma e pensava apenas no bem-estar do Mestre.

No entanto, por receber uma atenção especial, Radha começou a encher-se de orgulho. Assim, certo dia, o Senhor Krishna disse: “Vamos sair juntos, às escondidas”. Fazendo com que acreditasse que queria estar a sós com ela, Krishna brincou com a vaidade de Radha, que se sentiu muito feliz e favorecida. Percorreram uma boa distância, mas Krishna não parecia disposto a parar.

Finalmente Radha, exausta, sugeriu: “Aqui é um bom lugar para sentar um pouco”. Krishna olhou em volta, desinteressado, e disse: “Vamos procurar um lugar melhor”. E continuaram caminhando, caminhando… Por fim, já sem forças, Radha queixou-se: “Não aguento mais”. Krishna perguntou: “Muito bem, você quer que eu a carregue?” Isso agradou muito à vaidade de Radha. Mas, assim que ela pulou nas costas de Krishna – oh! – ele desapareceu, e ela caiu desajeitadamente.

Com o orgulho abalado, ajoelhou-se e humildemente pediu: “Amado Senhor, errei em querer possuí-lo e controlá-lo. Perdoe-me, por favor.” Krishna reapareceu e abençoou-a. Naquele dia, Radha aprendeu uma grande lição. Fora um grave erro ver o Mestre como homem comum, passível de ser seduzido e controlado por artimanhas femininas. Compreendeu que ele se interessava pela alma da discípula, e não por sua forma física.

Paramahansa Yogananda, Romance com Deus

Orientação e encorajamento para os anos vindouros

Uma das perguntas que me fazem com frequência, sobretudo nos últimos anos, é como lidar com os problemas da tumultuada época que vivemos. No mundo todo, as pessoas se preocupam com a lamentável situação que afeta nosso planeta.

Ao longo da História, a raça humana tem passado por inúmeras crises e esses conflitos voltarão a se repetir. O mundo constantemente passa por altos e baixos cíclicos. Na verdade, a consciência da sociedade como um todo está se elevando; depois que atingir o ápice daqui a milhares de anos, cairá mais uma vez. Progressão e regressão: há um constante fluxo e refluxo no plano dual em que vivemos.

Estes ciclos de evolução conduzem as civilizações ao esplendor e à decadência. Pense em civilizações antigas extremamente avançadas, como as que havia na Índia e na China. Nos antigos poemas épicos sânscritos da Índia, por exemplo, comprovamos que na época de Sri Rama, milhares de anos antes da era cristã, a tecnologia registrou imenso desenvolvimento, como evidenciam as maravilhosas aeronaves que então existiam. Mas muito mais grandiosos eram os poderes mentais e espirituais dos que viveram naquela Idade de Ouro. Apesar disso, um dia essa civilização começou a declinar até que na Idade das Trevas os avanços foram perdidos. O que provocou a mudança? Ontem, depois de minha meditação, refleti sobre o tema em vista de tudo o que acontece atualmente no mundo.

A NATUREZA DA CRISE ATUAL

No período descendente do ciclo, o ser humano de modo geral ignora cada vez mais o aspecto espiritual de sua natureza, até chegar ao ponto em que toda a sua nobreza desaparece. Então a decadência da civilização não se faz esperar. O mesmo processo também pode ocorrer nas nações que se encontram na fase ascendente. Se a evolução moral e espiritual da humanidade não progride no mesmo passo que o florescimento da tecnologia e do conhecimento, o ser humano utiliza mal o poder que adquiriu e a consequência será sua própria destruição. Na verdade, esta é a natureza da crise mundial que atualmente enfrentamos.

A consciência do ser humano evoluiu o suficiente para desvendar o mistério do átomo e seu maravilhoso poder, um poder com o qual um dia a humanidade realizará proezas colossais que ainda nem podemos imaginar. Mas o que fizemos com este conhecimento? Nós o concentramos primordialmente no desenvolvimento de instrumentos de destruição. A tecnologia moderna também nos libertou de inúmeras tarefas que consumiam muito tempo e que no passado eram necessárias à sobrevivência física. No entanto, é comum o ser humano não utilizar o aumento de tempo livre para buscar o progresso de sua natureza mental e espiritual, mas para se ocupar numa busca interminável de prazeres materiais e sensoriais. Se o ser humano só pensa em sua sensualidade e se guia por emoções como o ódio, o ciúme, a luxúria e a inveja, o resultado inevitável é a desarmonia entre as pessoas, a falta de estabilidade nas sociedades e o conflito entre as nações. As guerras jamais resolveram as coisas; ao contrário, agravam-se até se converterem em imensos holocaustos, já que um confronto é a semente do próximo. Somente com o desenvolvimento de seres humanos mais sábios e dotados de mais amor é que conseguiremos que o mundo se transforme num lugar verdadeiramente melhor.

UMA PROMESSA DE LUZ

Uma ocasião alguém me perguntou qual era o melhor modo de abordar a negatividade e a obscuridade tão disseminadas no mundo atual. Orei profundamente e minha mente retrocedeu à divina experiência que tive na Índia há 30 anos, durante a peregrinação à gruta de Mahavatar Babaji.

Minhas companheiras e eu pernoitávamos num pequeno refúgio da montanha que ficava no caminho para a gruta. No meio da noite tive uma experiência superconsciente, onde vi que o mundo ia passar por tempos muito difíceis: um período de grandes desordens, conflitos e confusões. Dei um grito e as outras monjas me perguntaram o que tinha acontecido. Não quis falar sobre a experiência, mas eu sabia que ela tinha um profundo significado, não só para Daya Mata, mas para o mundo. Na visão apareceu uma nuvem escura enorme que se estendia por todo o universo; era horroroso ver suas trevas sinistras. Mas no instante seguinte vi a imensa luz de Deus, cheia de bem-aventurança e amor, que fazia retroceder as negras ondas daquela nuvem. Então eu soube que tudo acabaria bem.

Agora estamos atravessando os turbulentos tempos vistos naquela experiência. Está ocorrendo em todas as nações: guerras, fome, doenças incuráveis, crises econômicas, catástrofes naturais, conflitos religiosos e civis. E o que é pior, um sentimento crescente de temor e de impotência perante o avanço do caos.

Por que temos de passar por essas aflições? Nossa situação não é diferente da dos antigos egípcios, que se viram açoitados por pragas e calamidades por terem desafiado a Vontade Divina, como relatam as escrituras. Tendemos a acreditar que esses eventos só ocorriam nos tempos bíblicos, mas não é assim. Atualmente temos pragas – e muitas. Pensamos cegamente: “Não, isto não pode ser o resultado de nossas transgressões. É só uma coincidência.” Não é coincidência.

AS NORMAS DA CONDUTA RETA FAZEM PARTE DA ORDEM UNIVERSAL

 

Vamos nos perguntar: “Quanto nos distanciamos da verdade?” “Não matar, não cometer adultério, não roubar (…).” As leis da verdade foram descritas nos Dez Mandamentos, nos ensinamentos de Cristo e, muito antes disso, na Senda Óctupla da Yoga. Os dois primeiros passos da Yoga de Patânjali são yama e niyama, os princípios do comportamento errôneo que devemos evitar e os princípios da conduta reta que devemos adotar.

São leis divinas e fazem parte dos preceitos absolutos e universais estabelecidos por nosso amado Deus antes da humanidade. Ele criou o mundo de modo cientificamente perfeito e matematicamente preciso; cada aspecto está governado pela lei. Ele torna Suas leis compreensíveis para nós através da revelação de grandes almas, como Jesus e os rishis da antiga Índia. Deus as criou para que tivéssemos diretrizes que nos ajudassem a aprender como nos comportar para harmonizar a vida com Ele.

Desde as épocas mais remotas surgem grandes amantes de Deus com mensagens divinas. Nos primeiros tempos tivemos os princípios trazidos por Moisés, como por exemplo: “olho por olho, dente por dente”, que marcava a inexorabilidade da lei divina de que colheremos o que semearmos. Séculos depois veio Jesus Cristo, trazendo um ensinamento de grande compaixão. Naquela época a humanidade precisava aprender o perdão e a misericórdia; tinha havido muitos anos de vingança no “olho por olho, dente por dente”. Cristo procurou equilibrar o rigor severo e intransigente da lei ensinando a perdoar e a compartilhar; ensinando o amor divino. Sua influência continua até hoje.

Agora entramos em outra era, um tempo – como disse Paramahansaji – em que Mahavatar Babaji, em comunhão com Jesus Cristo, enviou o que permitirá à humanidade não se limitar a simplesmente escutar os ensinamentos de Cristo ou falar sobre eles, ou não se limitar a ler ou simplesmente recitar o Bhagavad Gita, a grande escritura da Índia, mas sim a ir mais além, porque a humanidade tem fome de algo mais profundo.

Este “algo mais” é a comunhão direta com o Divino Amado. Nenhum de nós está separado do conhecimento divino. Todos somos feitos à Sua imagem. Não tem importância a cor da pele, o credo religioso ou as crenças, pois todos somos parte Dele; cada um tem no interior uma faísca da Divindade. As escrituras dizem: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”

O que é o espírito de Deus que está dentro de nós? É a alma, o atman: a verdadeira essência do que somos. Mas quantos se reconhecem como almas divinas? A maioria das pessoas está tão distante de perceber isso que não lembra de Deus nem um minuto por dia. A consciência se degradou devido ao abuso dos sentidos. O paladar se degradou com álcool, gula e alimentação errada. Os olhos se degradaram com a sensualidade que vemos na vida cotidiana. Os ouvidos se degradaram com todas as coisas ruins que ouvimos. E as línguas se degradaram porque vomitam palavras repugnantes que refletem pensamentos obscuros.

NÓS MESMOS GERAMOS AS SITUAÇÕES MUNDIAIS

 

Nós mesmos (…) geramos as situações que agora enfrentamos, que são o produto da conduta imoral e da decadência dos princípios éticos em todas as esferas da vida.

A sobrevivência da civilização depende da observância das normas de boa conduta. Não me refiro aos códigos concebidos pelo homem, que mudam com os tempos, mas aos princípios universais e eternos de conduta que promovem a existência de sociedades e seres humanos saudáveis, felizes e pacíficos, que permitem a diversidade dentro da unidade harmoniosa.

Em nosso estado de consciência normal às vezes é difícil captar a imensidão das verdades por trás do universo estruturado por Deus. Mas as verdades supremas existem efetivamente e não há como fugir às rigorosas leis com as quais o Senhor sustenta o cosmos e seus habitantes. No universo tudo está ligado. Como seres humanos, estamos unidos não apenas a nossos semelhantes, mas também a toda a natureza, pois toda expressão de vida provém de uma só Fonte: Deus. Ele é a perfeita harmonia; apesar disso, pensamentos nocivos e atos incorretos do ser humano exercem um efeito perturbador na manifestação do harmonioso plano divino para o mundo. Assim como a estática pode impedir uma boa recepção do programa desejado quando sintonizamos uma estação de rádio, a “estática” da conduta errada no ser humano desequilibra a harmonia das forças da natureza, e como resultado temos guerras, catástrofes naturais, distúrbios sociais e demais problemas que enfrentamos na atualidade.

“PLENO DA LUZ E DA ALEGRIA DE DEUS”

Temos que mudar. Esta foi a mensagem de Paramahansa Yogananda, e por isso a obra por ele fundada crescerá ainda mais, sempre (…) porque pode e vai ajudar as pessoas a mudarem.

Quando as pessoas são atingidas pelo sofrimento, geralmente elas dizem: “Por que Deus fez isso?” Não foi Ele. Devemos responsabilizar a nós mesmos, assumir a responsabilidade por nossos atos. Quando batemos numa parede de pedra, a parede não tem a intenção de nos machucar, mas é possível que quebremos alguns ossos da mão – ou a cabeça! Não podemos culpar a parede. Podemos lamentar e dizer: “Eu não sabia que a parede estava ali, senão não teria corrido em sua direção!” Por isso Deus criou leis divinas e as estabeleceu como normas nas grandes religiões do mundo. Ele diz a cada um de nós: “Meu filho, estas são os absolutos que precisas seguir”. Ele sabe que somos fracos. Sabe que somos frágeis. Sabe que perdemos o contato com Ele – e que nossa visão e discernimento se toldaram – pelo fato de que mergulhamos demais no mundo material. Por isso Ele nos dá essas leis através dos profetas e rishis, para que possamos saber quando agimos mal. Nós sofremos quando transgredimos os eternos princípios divinos.

Precisamos voltar a eles. Precisamos nos dar conta de que, como Cristo disse, nosso reino não é deste mundo. Está além do reino mundano; é onde estão os seres divinos, onde estão os grandes santos e mestres. Quantas vezes vi Paramahansaji, em seu escritório, ficar de repente em silêncio e absorto interiormente! Nessas ocasiões, alguns de nós tínhamos o privilégio de sentar a seus pés e meditar com ele. Depois, quando ele abria os olhos, costumava falar daquele outro mundo: “Veem este mundo finito? É tão imperfeito (…) se pudessem ver, como eu vejo, o imenso mundo além deste (…) pleno da luz e da alegria de Deus (…).”

Almas amadas, seu reino também não é deste mundo. Não percamos o conhecimento de nosso verdadeiro reino; não dediquemos todo o tempo e atenção às coisas do mundo, pois um dia teremos que abandoná-lo.

NÃO ACEITEM O “CATASTROFISMO”

Portanto, quando você me pergunta: “Como lidar com o catastrofismo no mundo?”, eu respondo: “Não o aceite!” Ele não existe, a não ser que você permita que exista como trevas em sua percepção pessoal. Faça um esforço para mudar o centro de sua consciência. Quantas vezes pensamos em Deus por dia? Quantas vezes falamos com Ele interiormente? É tão maravilhoso viver sempre consciente de Sua presença, viver sempre pensando: “Eu Te amo, meu Deus”! É tão emocionante! “Eu Te amo e porque amo a Ti em primeiro lugar, amo toda a humanidade. Posso perdoar os que me interpretam mal porque Te amo. Só quero fazer o bem no mundo porque Te amo.” É assim que devemos viver.

Não desanime com o catastrofismo. Vai passar. São muitas as civilizações que surgiram no mundo e depois desapareceram. Já houve muitas crises como a que vemos atualmente, muito mais do que podemos saber ou lembrar, apesar de nossa alma já ter passado por muitos períodos assim durante a longa viagem pelas encarnações. Mas isso não é tudo. Mais além, no outro mundo, existe algo melhor para nós. Quanto mais distanciarmos a mente dos apegos do corpo a esta esfera, mais poderemos elevar a consciência até o reino divino.

Comecemos tratando de espiritualizar os sentidos. Veja só o bem, tente pensar só no bem. Não quer dizer que tenhamos de nos converter em otimistas ingênuos; significa que interiormente tenhamos vontade, força, devoção e fé para dizer: “Meu Deus, sou Tua. E farei tudo o que puder em meu pequeno canto do mundo para encorajar e elevar o próximo: a família, os vizinhos, a comunidade ou qualquer outra pessoa com quem eu entrar em contato. Agirei do melhor modo possível mesmo quando isso signifique um grande esforço para mim.”

Nosso guru costumava dizer: “Os verdadeiros santos são os que mesmo em meio aos próprios sofrimentos trazem ânimo e cura à vida de todos os que venham a eles.” Esta é a atitude do verdadeiro amante de Deus. Sejam quais forem as dificuldades daquela pessoa, ninguém que se aproxime dela irá embora se sentindo oprimido, desanimado ou fracassado. Todos somos filhos de Deus e cada um de nós tem o poder para vencer as dificuldades da vida. Mas precisamos acreditar nesse poder; precisamos exercê-lo. E precisamos nos esforçar sempre para estar alegres.

Paramahansaji citava: “Um santo triste é um triste santo!” Ele mesmo era muito jovial; estava sempre alegre, inclusive em meio aos tremendos obstáculos que teve de enfrentar para edificar a obra da Self-Realization Fellowship/Yogoda Satsanga Society. Servir a Deus não é fácil. A vida no mundo não é fácil! Mas vivamos com alegria, felicidade e com a determinação de que venceremos, de que tudo terminará bem, porque temos o apoio de Deus.

Nunca seja uma pessoa de mau humor; nunca seja do tipo de espalha pensamentos negativos. Lembre que o mundo foi criado pela lei da dualidade e que tudo tem dois lados, um positivo e um negativo – e que cada ser humano pode optar por alinhar a consciência com um lado ou outro. Ninguém gosta de estar perto de um gambá malcheiroso. É negativo e nos deprime. Por outro lado, como dizia nosso guru, todos gostam de estar perto de uma rosa, que exala doce fragrância. Seja positivo, seja uma rosa humana.

Tome a decisão de ser positivo, alegre e jovial. Eu lhe asseguro que, se você fizer isso, comprovará que as coisas boas vêm em sua direção, porque o pensamento tem o poder de atração. Se nossos pensamentos são constantemente negativos, atraímos circunstâncias negativas. Se vivemos e pensamos positivamente, atraímos resultados positivos. É simples assim: não é nada mais do que a lei da atração.

O PODER DA ORAÇÃO PODE MUDAR O MUNDO

Ao final da visão que descrevi, as trevas que ameaçavam o mundo retrocederam graças ao espírito de Deus, que operava através de um número cada vez maior de pessoas vivendo de acordo com princípios espirituais. A espiritualidade começa com a moralidade, isto é, com a aplicação das normas de boa conduta – como sinceridade, autocontrole, fidelidade aos votos matrimoniais e não ferir o próximo –, a base de todas as religiões. Devemos guiar com retidão nossa conduta e também nossos pensamentos. Se insistirmos em pensar de certa forma, os pensamentos acabarão por se converter em ações; assim, se queremos nos aperfeiçoar, devemos começar pelos nossos pensamentos.

O pensamento é uma força com imenso poder. Por isso creio tão firmemente na eficácia do “Círculo Mundial de Orações” que Paramahansa Yogananda fundou. Espero que todos os membros e simpatizantes da Self-Realization Fellowship participem. Quando as pessoas emitem pensamentos positivos cheios de paz, amor, boa vontade e perdão, conforme ensinado na técnica de cura usada pelo Círculo, grande força é gerada. Se as multidões assim orassem, se criaria uma vibração de bondade suficientemente forte para mudar o mundo.

REFORME-SE A SI MESMO E REFORMARÁ MILHARES

Nosso papel como discípulos de Paramahansa Yogananda consiste em fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para harmonizar a vida com Deus, de modo que com pensamentos, palavras e conduta exemplar possamos estender a mão e exercer certa influência espiritual sobre o resto do mundo. Nossas palavras têm pouco sentido se não se manifestam de alguma forma em nossa vida. As palavras de Cristo são tão poderosas atualmente como há dois mil anos pela simples razão de que ele vivia o que ensinava. Nossa vida também deve refletir – de modo silencioso mas eloquente – os princípios em que acreditamos. Guruji sempre dizia: “Reforme a si mesmo e reformará milhares”.

Você talvez pense: “Mas há tantas coisas no mundo que precisam ser corrigidas: há tanto por fazer”. É verdade: as necessidades são monumentais, mas as dificuldades do mundo não desaparecerão se tentarmos apenas corrigir as condições externas. Temos que aperfeiçoar o elemento humano – que é a causa real dos problemas – e temos que começar por nós mesmos.

Você pode dizer a uma pessoa um milhão de vezes que ela não deve fumar, mas se a pessoa decidiu que gosta de fumar, nada a fará mudar de hábito. Só quando começar a tossir e sofrer os efeitos negativos do tabagismo, ela talvez comece a pensar e refletir: “Esta conduta está afetando minha saúde; está se convertendo num problema que devo resolver”. Da mesma forma, talvez só as palavras tenham pouco poder para fazer com que alguém em desarmonia fique mais tranquilo. Mas se a pessoa percebe que da natureza tranquila que você tem flui um sentimento de harmonia e bem-estar, este é um fato tangível, que pode exercer nela um efeito benéfico.

ESTABELEÇA HARMONIA INTERIOR COM A ALMA E COM DEUS

A paz e harmonia que todos buscam com tanto empenho não pode ser conseguida nas coisas materiais ou em nenhuma experiência externa: é simplesmente impossível! Talvez  possamos sentir uma passageira tranquilidade ao contemplar um lindo pôr do sol ou quando vamos à montanha ou à praia. Mas nem as cenas mais inspiradoras trazem paz se a pessoa está em desarmonia.

O segredo para que todas as circunstâncias exteriores de sua vida se encham de harmonia está em estabelecer primeiro a harmonia com a alma e com Deus.

À medida que uma parte maior da humanidade se esforçar para alcançar esse estado, diminuirão as crises que ameaçam o mundo. Mas devemos compreender que a Terra nunca será um lugar perfeito, pois não é nosso lar permanente; é apenas uma escola onde todos os alunos se acham em diferentes graus de aprendizagem. Viemos aqui para ter todos os tipos de experiência – agradáveis e dolorosas – e, graças a elas, aprender as lições necessárias.

Deus é eterno e nós também. Seu universo continuará existindo com os altos e baixos que lhe são próprios. Nossa tarefa é estar em harmonia com as leis da criação divina. Quem faz isso avança sem cessar – independentemente das circunstâncias externas ou do ciclo mundial específico em que nasceu – e, ao purificar a consciência, encontra liberdade em Deus.

Resumindo, nossa salvação depende totalmente de nós mesmos, isto é, da forma como lidamos com a vida, de nosso comportamento e do fato de levarmos ou não uma vida com honestidade, sinceridade, consideração pelos demais e, acima de tudo, com coragem, fé e confiança em Deus. Expressar esta qualidade é simples se nos concentrarmos em amar a Deus, o que nos levará a fazer o bem e a ser bons, pois descobrimos que o Criador faz jorrar paz, sabedoria e alegria abundantes em nossa consciência.

Era comum Guruji pedir que afirmássemos com ele que nossa vida seria vivida na alegria de Deus:

Da Alegria vim. Na Alegria vivo, me movo e existo. E nesta sagrada Alegria me dissolverei novamente.

Apegue-se a esta verdade e comprovará que a Alegria interior o sustentará, apesar das dificuldades que possa ter na vida. A Alegria será para você mais real do que os êxitos sempre mutáveis do caleidoscópico mundo.

Em memória: Irmão Anandamoy (1922-2016)

O nosso venerado Irmão Anandamoy, discípulo direto de Paramahansa Yogananda e monge da Self-Realization Fellowship por mais de 65 anos, faleceu em paz na Sede Central Internacional da SRF, em Mount Washington, Los Angeles, na noite de terça-feira, 6 de setembro de 2016.

Ministro da SRF muito querido e profundamente respeitado, Irmão (Swami) Anandamoy inspirou e elevou milhares de pessoas com sua vida altruísta e profunda compreensão da vida espiritual e dos ensinamentos da Kriya Yoga de Paramahansa Yogananda. Deixou um legado permanente na vida espiritual de inúmeras almas em todo o mundo, a quem ele por muitos anos ajudou e incentivou no caminho para Deus.

Serviço memorial será agendado Um serviço memorial público será realizado em Los Angeles. O dia e a hora serão postados nesta página assim que os procedimentos estejam concluídos. Por enquanto, convidamos a todos a juntarem-se a nós dos ashrams de Paramahansa Yogananda e enviar ao Irmão Anandamoy nosso amor e gratidão durante a sua transição para os abençoados domínios da liberdade e da alegria divinas, regozijando-nos com sua vida inspiradora e exemplar.

Breve biografia

Anandamoy

Nascido em Zurique, na Suíça, em 1º de novembro de 1922, e batizado como Henry Schaufelberger, Irmão Anandamoy foi apresentado à filosofia oriental no começo da adolescência e logo depois começou sua busca pela iluminação espiritual. Mas como, se perguntava, poderia ele encontrar um mestre iluminado para guiá-lo?

“Depois que concluí meus estudos, trabalhei na empresa de meu pai por dois anos frustrantes”, ele recordou.  “Naquela época, havia perdido o interesse na filosofia hindu e já não tinha esperança de poder encontrar um guru. Iniciei uma carreira em artes plásticas e, após três anos, fui convidado para estudar com Frank Lloyd Wright, o famoso arquiteto, nos Estados Unidos.” Ele chegou aos EUA em 1948 e imediatamente descobriu o livro Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda. “Li o livro avidamente”, disse ele. “Em meu coração, sabia que havia encontrado o que queria e decidi estudar os ensinamentos de Paramahansa Yogananda e encontrar Deus.”

Alguns meses depois, Irmão Anandamoy viajou para Los Angeles na esperança de ver o grande Mestre. O primeiro encontro deles foi no final de um serviço de domingo conduzido por Paramahansaji no Templo da SRF em Hollywood. “Foi uma experiência inesquecível”, disse ele. “Após o serviço, o Mestre sentou-se numa cadeira e a maioria da congregação foi cumprimentá- lo. Finalmente, quando eu estava de pé diante dele, ele segurou minha mão e fitei aqueles olhos profundos, luminosos e ternos. Nenhuma palavra foi dita, mas eu senti uma alegria indescritível entrando em mim através de sua mão e de seus olhos.”

Irmão Anandamoy entrou no ashram da Self-Realization Fellowship como monge em 1949 e teve o privilégio de receber o treinamento pessoal de Paramahansaji até a morte do grande Guru no começo de 1952. Ele fez os votos finais de sannyas em novembro de 1957 — recebendo o nome de Anandamoy (“permeado de bem-aventurança divina”) — e foi ordenado ministro da SRF em abril de 1958, ambas as cerimônias dirigidas por Sri Daya Mata.

Durante sua longa vida como discípulo monástico, ele foi chamado a servir à obra de seu guru em numerosas e variadas maneiras. Suas primeiras atribuições incluíram trabalho de jardinagem no Santuário do Lago da Self-Realization Fellowship antes da inauguração, em 1950, ajuda na construção do Salão da Índia e da torre de lótus na propriedade do Templo e Ashram de Hollywood e serviço de cozinheiro no restaurante da SRF em Hollywood. Ele iniciou seus deveres como ministro na década de 1950 e, por anos, foi o ministro principal dos Templos da SRF em Hollywood, Encinitas, Phoenix, Santuário do Lago, Pasadena e Fullerton. Além disso, fez inúmeras viagens à Índia, servindo na Yogoda Satsanga Society de Paramahansaji, conduzindo cerimônias de iniciação em Kriya Yoga e palestrando para enormes audiências através do país. Ao longo dos anos, ele também dirigiu vários ashrams da SRF.

Irmão Anandamoy foi membro do Conselho de Diretores da Self-Realization Fellowship e da Yogoda Satsanga Society of India por muitos anos. Sri Daya Mata também o fez responsável pela orientação espiritual dos monges da SRF, função que ele exerceu por décadas como amado conselheiro e mentor.

Paramahansaji confidenciara a Irmão Anandamoy que este estava destinado a ser instrutor e orador público, e é por este papel de ministro que ele será longa e amplamente lembrado. Durante extensivas viagens nos Estados Unidos, na Europa e na Índia que abrangeram quatro décadas, Irmão Anandamoy veio a ser reconhecido como um dos ministros da SRF mais amados e respeitados, inspirando tanto membros da SRF quanto também não membros com suas incisivas apresentações dos ensinamentos de Paramahansa Yogananda, suas memórias pessoais de suas experiências com o Mestre e seu aconselhamento pessoal, sábio e compassivo. Amorosos pranams a um monge querido Ao enviarmos nossos amorosos pranams ao Irmão Anandamoy, podemos nos confortar com o pensamento de que ele está agora unido a Deus e ao Guru, aos quais dedicou a vida tão completamente. Podemos também ser gratos pelas muitas gravações em áudio e vídeo que preservaram sua orientação encorajadora e penetrante e seu amável carisma.

Convidamos você a experimentar alguns desses momentos especiais com o Irmão Anandamoy no site da SRF e na nossa página no Youtube:


O site oficial da SRF também traz dois livretos e outras gravações em áudio e vídeo do Irmão Anandamoy. Para saber mais acesse: https://www.yogananda-srf.org/

 

 

Nosso apoio às crianças refugiadas

A Casa do Migrante da Missão da Pazem São Paulo, acolhe refugiados e pessoas com visto humanitário. Eles estão atendendo várias crianças, principalmente angolanas. Padre Paulo Parise, um dos responsáveis pela instituição, alertou que estão precisando, com urgência, de leite em pó, fraldas, roupas infantis, material escolar e de higiene, brinquedos e alimentos não-perecíveis.

Para colaborar, deposite suas doações na caixa de papelão da sala de reuniões de nosso Grupo. Convide seus amigos para participar também! Qualquer dúvida, entre em contato conosco.

Mais informações sobre a Casa do Migrante: www.missaonspaz.org/casa-do-migrante

Em amizade divina

Jai Guru! Jai Ma!

Grupo de Meditação da SRF da Vila Madalena